Esperança num Clima em Mudança

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Esperança num Clima em Mudança” reposiciona o debate sobre as alterações climáticas num quadro optimista. Demonstrando que os grandes ecossistemas devastados podem ser restaurados, o documentário do Mundo BBC revela histórias de sucesso na Etiópia, Ruanda e na China, que provam ser possível restaurar grandes áreas ambientais arruinadas e que esta recuperação é um elemento-chave na estabilização do clima da Terra – tornando realidade a erradicação da pobreza e a sustentabilidade da agricultura.

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Life in Syntropy – Português

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“Vida em Sintropia” é o novo curta do Agenda Gotsch. Uma edição feita especialmente para ser apresentada em eventos na COP21 em Paris, com um compilado de experiências expressivas em Agricultura Sintrópica. Imagens e entrevistas inéditas.

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Vandana Shiva: A rota para uma mudança climática imprevisível

Precisamos de flexibilidade, resiliência e adaptação para uma nova realidade.

Estamos diante de duas crises em escala planetária: mudanças climáticas e extinção de espécies. Nossos atuais modos de produção e consumo, que começaram com a Revolução Industrial e se agravaram com advento da agricultura industrial têm contribuído para ambas. Se não forem tomadas medidas para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), podemos experimentar um catastrófico aumento de 4°C na temperatura até o final do século. Mas a mudança climática não causa apenas o aquecimento global. Ela está intensificando as secas, inundações, ciclones e outros eventos climáticos extremos, como testemunhamos em diversas partes do mundo.

Nunca tínhamos ultrapassado as 280 ppm (partes por milhão) até a Revolução Industrial e os atuais níveis de CO2 (dióxido de carbono) ultrapassaram as 400 ppm. O óxido nitroso (N2O) e o metano são GEE, como o CO2, só que mais potentes. De acordo com o Relatório da Convenção sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), o N2O tem cerca de 300 vezes mais potencial para causar o aquecimento global do que o CO2, enquanto que o metano é em torno de 20 vezes mais forte. As emissões de óxido nitroso e de metano aumentaram dramaticamente devido à agricultura industrial. O óxido nitroso é emitido através do uso de fertilizantes nitrogenados sintéticos e o metano é emitido a partir das atividades pecuárias que produzem leite, carne e ovos.

A Conferência da Organização das Nações Unidas de Leipzig sobre os Recursos Fitogenéticos, em 1995, avaliou que 75 por cento da biodiversidade do mundo havia desaparecido na agricultura devido à chamada Revolução Verde (programa da Fundação Rockefeller liderado pelo agrônomo estadunidense Norman Ernest Borlaug) e ao advento da agricultura industrial. O desaparecimento de polinizadores e organismos benéficos ao solo é outra dimensão da erosão da biodiversidade devido à agricultura industrial.

Mudanças climáticas, agricultura e biodiversidade estão intimamente ligadas. O avanço das monoculturas e aumento no uso de fertilizantes químicos, combinados com a destruição de habitats, têm contribuído para a perda da biodiversidade, que faria o sequestro de gases de Efeito Estufa. Monoculturas químicas, mais vulneráveis ao fracasso no contexto de um clima instável, não são sistemas nos quais podemos confiar para garantir alimentos em tempos de incerteza. O processo de adaptação às alterações climáticas imprevisíveis requer diversidade em todos os níveis e, sistemas biodiversos não são apenas mais resistentes às mudanças climáticas, como também mais produtivos em termos de nutrição por hectare.

A humanidade estava informada e não adotou medidas destinadas a evitar às crises do clima e da biodiversidade. Na RIO-92, a comunidade internacional assinou dois acordos juridicamente vinculativos: as Convenções sobre o Clima e Biodiversidade; ambas embasadas no conhecimento das ciências ambientais e nos crescentes movimentos ecológicos. Um deles foi a resposta científica ao impacto da poluição dos combustíveis fósseis, o outro foi a resposta científica à erosão da biodiversidade devido à propagação de monoculturas industriais e químicas, bem como à poluição genética causada por organismos geneticamente modificados (OGM).

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Para ONU, agricultura convencional não combate a fome

Diretor-geral da FAO admite que o modelo de produção atual precisa ser revisto; agroecologia é uma das ferramentas mais eficientes contra as mudanças climáticas, além de garantir segurança alimentar

“O modelo agrícola de produção que predomina hoje não é adequado para responder aos novos desafios da segurança alimentar no século 21 e nem à necessidade de um produção sustentável, inclusiva e resiliente”, disse o brasileiro José Graziano, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Fórum de Agricultura e Mudanças Climáticas realizado em Paris no final de fevereiro. “Uma vez que a produção não é uma condição suficiente para a segurança alimentar, isso significa que o modelo atual de produção não é mais aceitável”, continuou ele.

A organização reconhece que a agricultura convencional não previne a degradação dos solos e a perda de biodiversidade – e ambos são essenciais, especialmente para futuras gerações. “Esse modelo precisa ser revisto. Precisamos de uma mudança de paradigmas”, completou Graziano.

Segundo dados da FAO, o número de famintos crônicos foi reduzido em 100 milhões de pessoas na última década, mas ainda se contabiliza 805 milhões de pessoas sem o suficiente para comer. “Aumentar a produção não significa acabar com a fome. Está evidente que toda a produção do mundo já é suficiente para alimentar toda a população do planeta. No entanto, a fome segue sendo um problema”, afirmou Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de agricultura e alimentação do Greenpeace no Brasil. “O desafio está na distribuição do que é produzido, no acesso aos meios de produção agrícola e na produção de alimentos para pessoas sem destruir o planeta”.

A agricultura tem um enorme papel para desempenhar na segurança alimentar, seja em resiliência para os efeitos das mudanças climáticas como também reduzindo as emissões globais de gases de efeito estufa provenientes do homem.

Prova disso é o estudo Cool Farming (em inglês), de 2008, escrito pelo Professor Pete Smith, que desenvolve estudos para o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o documento, os fertilizantes químicos à base de nitrogênio – que são a maioria dos fertilizantes usados hoje pela agricultura convencional – são grandes responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa provenientes da agricultura, tanto durante sua fabricação como na aplicação desses produtos.

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A solução das alterações climáticas está nas nossas terras

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É essencial reconhecer aos camponeses e às comunidades indígenas o controlo sobre os seus territórios. Só assim poderemos enfrentar a crise climática e alimentar crescente que vive a população mundial.

No momento em que os governos convergiam na Conferência sobre Alterações Climáticas da ONU em Lima, no Perú, o brutal assassinato do ativista indígena peruano Edwin Chota e de outros três homens do povo ashanika no passado mês de setembro realçaram a relação entre deflorestação e direitos indígenas. A verdade é muito clara e está à vista: a maneira mais eficaz de prevenir a deflorestação e os impactos climáticos é reconhecer e respeitar a soberania dos povos indígenas sobre os seus territórios.

Os violentos conflitos agrários no Perú também fazem sobressair outro assunto de igual importância para a crise climática e que já não se pode ignorar: a concentração de terra nas mãos de umas quantas pessoas.

É imprescindível reconhecer aos camponeses e às comunidades indígenas o controlo sobre os seus territórios. Só assim poderemos enfrentar a crise climática e alimentar face à crescente população mundial.

No Perú, as pequenas quintas, com menos de 5 hectares, representam 78% de todas as quintas no país, mas ocupam menos de 6% das terras agrícolas. Esta figura perturbadora reflete a situação global. Globalmente, as pequenas propriedades representam 90% de todas as quintas, mas ocupam menos de um quarto das terras agrícolas. Isto são más notícias para a crise climática.

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Solos saudáveis são a base para a produção de alimentos saudáveis

De fato, a qualidade do solo está diretamente ligada à qualidade e à quantidade de alimentos. Solos saudáveis são a base de nosso sistema alimentício, já que são a base para a agricultura e o meio em que quase todas as plantas que consumimos crescem. Solos saudáveis produzem colheitas saudáveis, tanto para a nutrição de pessoas quanto de animais.

Solos fornecem os nutrientes essenciais, água oxigênio, suporte para as raízes, tudo que as plantas precisam para crescerem e florescerem. Eles também servem para proteger as delicadas raízes das drásticas mudanças de temperatura.

Um solo saudável é um solo vivo

Um solo saudável é um vivo e dinâmico ecossistema, repleto de pequenos e microscópicos organismos que realizam diversas funções vitais, inclusive a conversão da matéria morta e apodrecida em nutrientes para as plantas. Entre suas funções também estão o controle de doenças, insetos, pragas e ervas-daninhas, a melhoria da estrutura do solo (que tem efeitos positivos na absorção da água e na capacidade de retenção de nutrientes) e, finalmente, na melhoria geral da produção agrícola. Um solo saudável também ajuda a mitigar as mudanças climáticas por manter ou aumentar os teores de carbono naturais.

Por que a matéria orgânica do solo é tão importante?

O produto da decomposição biológica, ou seja, a matéria orgânica, afeta as propriedades físicas e químicas do solo, sendo responsável por sua saúde geral. A composição e a taxa de degradação afetam a estrutura do solo e a porosidade, a taxa de infiltração das água e a capacidade de retenção do solo, a atividade e a diversidade biológica dos organismos do solo e, por fim, a quantidade e a qualidade dos nutrientes nas plantas.

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Vídeo: vamos falar sobre o solo

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Este filme de animação conta a realidade dos recursos do solo ao redor do mundo, abrangendo as questões da degradação, a urbanização, a grilagem de terras e exploração excessiva; o filme oferece opções para fazer o modo de gerir os solos mais sustentável.

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